“O Hospital de São João é a minha casa”

Imagem da notícia: “O Hospital de São João é a minha casa”

De trato fácil e simpatia genuína, Jorge Breda mostrou-nos as instalações da Unidade de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo do Serviço de Oftalmologia do HSJ – secção que dirige.

OftalPro: Prefere trabalhar no setor público ou no privado?

Jorge Breda: Gosto muito de trabalhar no Hospital de São João. Estudei aqui, vivi sempre aqui. É a minha casa. Todos os locais onde trabalho têm virtualidades, têm pontos muito positivos e pontos menos conseguidos que são compensados uns pelos outros. Repare-se no setor público. É uma atualização permanente, contato constante com os mais novos, necessidade de ensinar os que estagiam connosco, aprender muito com os colegas internos que se preparam para o futuro. Reuniões clínicas diárias com todos e com todas as patologias, diálogo constante. Patologias raras e patologias difíceis. Investigação, reunir tipos de patologias e pensar sobre elas. Parar e pensar. Conversar com os colegas, ensaiar terapêuticas, meditar em cirurgias alternativas. Produzir trabalho científico. Menos bom, para mim, é não haver livre escolha. O doente vem à minha consulta porque é obrigado. Reside na área de influência do Hospital, tem que vir cá quando está doente e o sistema distribui-o a este médico-funcionário. É a parte menos conseguida, no meu entendimento, além da má retribuição económica que não dá atenção nem ao volume nem à qualidade do trabalho.

Para além de melhor retribuídos, no setor privado somos escolhidos pelo doente para os tratarmos. E isto é uma diferença fundamental, gera confiança e boa relação médico-doente. É muito gratificante. Mas, por outro lado, não há reuniões diárias nem atualização permanente em todas as áreas da Oftalmologia. Por isso me sinto tão bem ao trabalhar neste binómio que, a meu ver, se completa. O setor público beneficia muito com o nosso trabalho no setor privado onde ganhamos para comprar os livros, para nos inscrevermos nos Congressos e para nos deslocarmos aos fóruns mundiais da Oftalmologia (sempre me desloquei à minha custa, o hospital limita-se a dispensar-me de trabalhar 15 dias por ano, não gasta um cêntimo). Desta forma, o Hospital beneficia muito com o meu trabalho no setor privado, assim como este com o meu trabalho no setor público.

Toda a entrevista na OftalPro 25.

13 Maio 2014
Entrevistas

PUBLICIDADE
MIDO
`

Notícias relacionadas

“Vamos dedicar-nos ao fabrico de produtos estéreis”

Presente em 45 países, o Edol decidiu voltar a inovar com a construção de uma unidade fabril, em Carnaxide. Em entrevista, Mafalda Pimpão, diretora de marketing e vendas, revela que “as grandes novidades até ao momento são o fabrico de colírios sem conservantes”, “a autorização do Infarmed para fabrico de análogos de prostaglandinas e um novo método de fabrico de pomadas oftálmicas”.

Ler mais 7 Novembro 2023
Entrevistas

Edol investe 25 milhões em nova fábrica de oftalmologia

Presente em 45 países, o Edol decidiu voltar a inovar com a construção de uma unidade fabril, em Carnaxide. O investimento é elevado, mas a génese de inovação da empresa exige estabelecer constantemente novos limites. Em entrevista, Mafalda Pimpão, diretora de Marketing e Vendas, resume tudo numa frase: “Somos muito irrequietos, temos paixão por esta atividade e por isso vamos continuar, diariamente, a investir”. 

Ler mais 17 Outubro 2023
EntrevistasOftalmologia

“Na EssilorLuxottica não estabelecemos limites”

No seguimento do roadshow de apresentação da mais recente lente progressiva, a Varilux® XR series™, fomos falar com Tiago Sobreiro, o country manager da EssilorLuxottica para Portugal, e com Alberto Silva, o novo diretor comercial da empresa para o nosso país.

Ler mais 10 Outubro 2023
Entrevistas