SPO chama a atenção para os erros refrativos
A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia alerta para uma tomada de atenção relativamente aos erros refrativos, um problema visual corrigido com óculos, lentes de contacto ou com cirurgia.
Paulo Torres, presidente deste organismo, explica os vários problemas associados a esta condição.
“Se uma imagem é focada à frente da retina estamos na presença de miopia e há dificuldade em ver imagens focadas à distância. Se a imagem é focada atrás da retina, estamos na presença de hipermetropia. Neste caso, um objeto distante é visto com mais nitidez do que um objeto próximo. No entanto, especialmente nos jovens, a hipermetropia pode ser compensada através de um esforço muscular, pelo que as queixas de baixa acuidade visual podem ser poucas. Já no astigmatismo a imagem é focada em dois planos diferentes da retina, pelo que a imagem se torna desfocada, quer para longe quer para perto”.
A partir dos 40 anos pode surgir uma outra variante de erros refrativos, a presbiopia ou “vista cansada”, a incapacidade de focar ao perto. “À medida que se envelhece, a lente do olho (cristalino) aumenta de volume e endurece o que, associado à diminuição da ação do músculo ciliar, vai dificultar o processo de acomodação”, esclareceu o presidente.
A SPO chama ainda a atenção que, embora estes problemas não possam ser prevenidos, podem ser tratados e até corrigidos. O sucesso reside no quão precoce se realizam os tratamentos, especialmente nas crianças.
“Os óculos são a forma mais simples e segura de correção de um erro refrativo. As lentes de contacto, sendo colocadas diretamente sobre o olho, funcionam como a primeira superfície refrativa. Estão reservadas para os casos em que o uso de óculos não é possível pela distorção da imagem causada (casos de refrações assimétricas nos dois olhos ou refrações muito elevadas) ou quando, por uma questão profissional (desporto) ou estética, o uso de óculos não se adequa. No entanto, as lentes de contacto não deixam de ser um “corpo estranho”, pelo que podem provocar alterações da superfície ocular, especialmente se o seu uso for desadequado”, alertou Paulo Torres.
Quanto às cirurgias a laser ou de introdução de lente intraocular, “são outra das formas de correção dos erros refrativos, mas podem ser contraindicadas se a estrutura ou a saúde ocular não for a melhor. Cada caso deve ser avaliado pelo oftalmologista assistente”, rematou o especialista.
18 Junho 2014
Atualidade