“Esta possibilidade seria interessante para a Oftalmologia”
Em Granada, implantou-se pela primeira vez uma córnea artificial, que continha dois tipos de células humanas e um biomaterial obtido por nanotecnologia. Falámos com alguns especialistas sobre o tema. Hoje, destacamos a opinião de Tiago Ferreira.
O médico oftalmologista no Hospital Egas Moniz considerou que “sendo possível sintetizar apenas duas camadas da córnea (epitélio e estroma), este tipo de tecidos acaba por ter uma utilização limitada aos casos em que apenas as camadas mais superficiais estão afetadas. Resta também saber quais as propriedades óticas destas córneas artificiais, isto é, que interesse terão na recuperação visual”. No entanto, pode ser um tratamento bastante útil para a Oftalmologia no futuro.
“Infelizmente, existem bastantes doentes em Portugal com patologia de córnea com indicação para transplante. Regra geral, são situações com elevada morbilidade e impacto significativo, não só na visão mas também na qualidade de vida destes doentes, muitos dos quais ainda relativamente jovens e ativos, e que, por vezes, aguardam bastante tempo até serem operados. Este tempo de espera deve-se não só à necessidade de especialistas treinados e experientes na área da córnea e de instalações devidamente equipadas para o efeito, mas também à relativa escassez de córneas para transplante. A possibilidade de sintetizarmos, em laboratório, um tecido biocompatível que ultrapassasse este último obstáculo seria, portanto, algo muito interessante”.
Leia esta e outras opiniões na OftalPro 26.
3 Julho 2014
Atualidade