“Sinto que consigo dar mais alegria às pessoas”

Manuela Cidade tem um percurso de aproximadamente 30 anos ligado à Oftalmologia, em especial à área da córnea.
OftalPro: Conte-nos a sua história, desde que começou a dedicar-se à Oftalmologia.
Manuela Cidade: Resumir 20 e tal anos de vida e de trabalho não é fácil. Iniciei-me em Oftalmologia no Hospital de São José (HSJ), que fazia parte dos Hospitais Civis de Lisboa (hoje Centro Hospitalar de Lisboa Central). Tive como primeiros mestres o doutor Vendrell e a doutora Lucília Lopes. Foram eles que me iniciaram nesta especialidade. Porém, quando estes médicos saíram do São José e foram para o Hospital dos Capuchos, passei a pertencer à equipa do doutor Pedro Abrantes. Posso dizer que foram estas as pessoas que mais me influenciaram no começo da minha carreira. Como estavam todos mais ligados à retina, dediquei-me também numa primeira fase a esta área. No HSJ, fui progredindo na carreira, tendo chegado a chefiar algumas consultas do Serviço, nomeadamente a de retina médica e a de diabetes ocular e mácula, assim como a secção de LASER. A determinada altura, apercebi-me de que não gostava da cirurgia de retina e passei as minhas atenções para a área da córnea e, consequentemente, para a cirurgia refrativa. Mais tarde, viria também a chefiar a consulta de córnea. Atingi o grau de chefe de serviço no Hospital de São José.
OF: E porquê a córnea?
MC: Em termos de cirurgia, é uma área muito bonita. Ao contrário da cirurgia da retina que fazíamos na altura, na córnea víamos aquilo que estávamos a fazer. Era um trabalho muito interessante e necessário. Além disso, é muito gratificante! Com os transplantes corneanos, conseguimos ajudar os doentes a voltar a ver ou, no caso dos altos míopes, a ver bem sem óculos. O Estado e as seguradoras achavam que eram problemas meramente estéticos, mas não são. Há dramas pessoais ligados a estes doentes. É, por isso, um universo simpático, onde gosto de estar inserida. Sinto que consigo, de algum modo, modificar o dia a dia de muitas pessoas, dar-lhes mais qualidade de vida e, sobretudo, mais alegria.
Toda a entrevista na OftalPro 26.
11 Julho 2014
Entrevistas