“Há problemas que não sentimos”
Já leu a mensagem que Manuela Cidade deixou em entrevista à OftalPro?
“Os meus colegas, especialmente os que trabalham no Serviço Nacional de Saúde, estão numa fase complicada. A austeridade bate às portas todas e os mais novos são quem mais sofre com ela. Nós, os mais velhos, estamos aliviados, pelo menos nesse aspeto. Há problemas que não sentimos. É certo que tivemos outros que os mais novos agora não têm. De qualquer modo, a esperança é muito importante e as pessoas têm que pensar que, apesar de nem tudo ser fácil, as coisas hão-de melhorar. Atualmente, as administrações (dos hospitais e não só) estão muito viradas para os números, sem olharem para a qualidade do trabalho e as condições dos oftalmologistas. No fundo, querem produção a baixo custo. E a posição do oftalmologista é precisamente a contrária: dar qualidade, independentemente do custo. Isto cria aqui um conflito de interesses. Os mais novos têm que tentar produzir, mas com qualidade. Têm que acreditar que isso é possível e que têm força suficiente para fazer com que as administrações percebam que não se pode ir só por um caminho mínimo. E, também, para que percebam que os médicos não são máquinas e que precisam de ter condições para funcionar. Têm um grande papel neste sentido, mas têm que ter esperança e sentir que vão conseguir vencer nesta tarefa.”
Leia a entrevista na íntegra na OftalPro 26, aqui.
24 Outubro 2014
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