Estão a tratar da nossa saúde?
Artigo de opinião do médico oftalmologista António Travassos.
“Devia ser um brinde à saúde, mas não, é uma preocupação. Como médico e como cidadão. Não é de hoje este meu desassossego, que tem vindo a crescer pelo que vejo, pelo que ouço e pelo que sinto. Vou cingir-me ao que sinto, porque o que vejo e o que ouço está ao abrigo do sigilo médico. E o que sinto não é uma mera suspeita, é a minha opinião.
O Dia Mundial da Saúde, que se assinalou a 7 de abril, é por certo um momento para pensar no que é isso da saúde e qual a saúde que todos temos, versus a saúde que queremos. Porque, apesar de pequeno, o país continua a debitar muitos dados estatísticos, sem se perceber que os números que ali estão e que formam os belos gráficos, referem-se a pessoas, que somos todos nós, os portugueses. É este punhado de gente que decora as exímias folhas de excel, que uns e outros exibem, conforme as circunstâncias, interesses e vontades. São também estes mesmos portugueses que ainda andam a aprender a viver em liberdade, assimilando pouco a pouco o que são direitos e o que são deveres.
Parece-me óbvio que é um dever cada um de nós zelar pela sua boa saúde, tal como é um direito ter um acesso digno e imediato à saúde. Um acesso com regras claras, que separe o público do privado, e que não misture tudo num grande saco com a sigla PPP (Parcerias Público-Privadas), um acesso em que um qualquer cidadão possa escolher onde e por quem quer ser tratado, um acesso digno, responsável e onde não se adiem cirurgias porque faltam camas…”.
Leia o artigo na íntegra na próxima edição da OftalPro!
14 Abril 2015
Atualidade