Gotas oftálmicas para tratar cataratas?
As gotas oftálmicas podem vir, no futuro, a substituir a cirurgia no tratamento das cataratas, concluiu um novo estudo desenvolvido por investigadores norte-americanos.
Segundo o site Boas Notícias, as cataratas, que provocam uma opacidade parcial ou, por vezes, total do cristalino, estrutura localizada “atrás” da íris no olho humano, resultam habitualmente de uma acumulação anormal de proteínas causadas por fatores que vão da idade à diabetes, afetando milhões de pessoas em todo o mundo e sendo responsáveis por mais de metade dos casos de cegueira.
Para descobrir de que forma poderia ser possível evitar esta acumulação de proteínas e manter o cristalino transparente, os cientistas da Universidade da Califórnia – San Diego, nos EUA, analisaram os genes de duas famílias cujos membros sofriam de cataratas desde o nascimento.
Os investigadores descobriram que, em todos os familiares, existiam mutações num gene envolvido na produção de uma pequena molécula chamada “lanosterol”. Em olhos saudáveis, esta molécula ajuda a prevenir a acumulação de proteínas que conduz às cataratas, mas em situações anormais como a destas famílias esta prevenção não é eficaz, levando ao aparecimento da doença.
A equipa decidiu, então, estudar o efeito do “lanosterol” em cães com cataratas, já que estes animais são, também, biologicamente, muito afetados pela patologia. “Há muitos cães idosos com cataratas. Alguns colaboradores nossos na China reuniram-nos para uma outra investigação sobre cataratas e nós tratámo-los com ‘lanosterol'”, conta Kang Zhang, oftalmologista e coautor do estudo.
Após seis semanas de tratamento com gotas oftálmicas de “lanosterol”, o embaçamento do cristalino e o tamanho das cataratas dos animais diminuíram. Em experiências realizadas, depois, com células do cristalino humanas e de coelhos em laboratório, os resultados foram semelhantes.
“A mais importante implicação deste estudo é que podemos tratar as cataratas com gotas para os olhos e sem cirurgia”, disse Zhang ao site especializado LiveScience. Ainda assim, o investigador frisa que este é apenas “um estudo preliminar” e que a segurança do composto terá de ser avaliada para que seja possível dar início a ensaios clínicos em humanos.
24 Julho 2015
Atualidade