Miguel Sousa Neves em entrevista

Marcámos encontro numa segunda-feira, ao final da tarde, na sua clínica na Póvoa de Varzim. Depois de um dia preenchido por consultas, Miguel Sousa Neves recebeu-nos de sorriso rasgado, o mesmo sorriso com que sempre encarou a vida. Mais do que médico oftalmologista, é um homem solidário que se move pela comunidade onde está inserido.
OftalPro: Como se ligou a sua vida à oftalmologia?
Miguel Sousa Neves: A minha vida tem sido definida por determinados momentos e acontecimentos. Nasci em África e vivi os primeiros 18 anos naquele continente. Vim fazer o curso de Medicina a Portugal e, após terminar, consegui fazer o internato geral no Zimbabué. Quando estava lá, verifiquei que havia associações que promoviam a luta contra a cegueira naquela zona. E havia um hospital universitário, onde eu estava inserido, que promovia campanhas de operações de cataratas nas zonas mais rurais do Zimbabué. Eu achei “piada” àquilo e, em vez de voltar ao Hospital de São João no Porto, onde tinha a minha colocação, resolvi ficar mais algum tempo no Zimbabué e fazer lá o meu início na oftalmologia. E assim foi. Um ou dois meses depois, já estava a operar. Mais tarde, um colega britânico que estava lá comigo desafiou-me a irmos para Inglaterra. Concorri a vários hospitais ingleses, um deles aceitou-me e foi assim que me estabeleci nesse país. Completei a especialidade de Oftalmologia em Inglaterra, pelo Royal College of Ophthalmologists of Britain e Royal College of Physicians and Surgeons of Glasgow. Tenho ainda um fellowship em Cirurgia Vítreo – Retina, pelo Birmingham & Midland Eye Hospital. Quando terminei a especialidade, vim parar à Póvoa de Varzim.
Entrevista completa numa das próximas edições.
14 Dezembro 2017
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