Tecnologias que ajudam os invisuais
Aumentar a autonomia dos cegos ou de pessoas com visão reduzida, permitindo a sua inclusão num maior conjunto de atividades e melhorando a sua qualidade de vida. É este o objetivo dos investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), que estão a criar um sistema composto por vários módulos de informação geográfica, visão artificial e uma bengala eletrónica capaz de dar informações de contexto e de suporte à navegação dos invisuais.
E, com a intenção de aperfeiçoar todas estas tecnologias, vão ser realizados testes com invisuais na próxima segunda-feira, dia 19 de fevereiro, pelas 11h30, no Edifício da Escola de Ciência e Tecnologia (Polo I) da UTAD. “Nesta fase do projeto é essencial fazermos testes com invisuais, porque há por vezes pequenos detalhes que enquanto visuais não conseguimos perceber. Foi, nesse sentido, que a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) se juntou a nós na organização destas demonstrações”, explica João Barroso, investigador do INESC TEC e docente da UTAD.
No que diz respeito aos equipamentos em si, a bengala eletrónica, por exemplo, foi desenvolvida de forma a estender a funcionalidade da bengala branca tradicional (que os cegos não dispensam), adicionando-lhe a eletrónica necessária para o cego interagir com uma aplicação móvel (a aplicação de navegação) e, ao mesmo tempo, ajudar esta aplicação a localizar o utilizador.
A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) reconheceu este projeto com o Prémio Inclusão e Literacia Digital 2015, no valor de 29 mil euros. As demonstrações que agora estão a ser feitas surgem na sequência deste reconhecimento. “No futuro, espera-se que qualquer utilizador consiga configurar o nível de informação que pretende obter através do sistema, sendo que a qualidade e a quantidade são fatores de extrema relevância. Não chega dizer se existem ou não escadas num determinado edifício, é preciso informar a pessoa quantos degraus tem a escada, se existe ou não um corrimão, entre outros”, conclui João Barroso.
15 Fevereiro 2018
Atualidade