Descoberta sobre subestruturas cerebrais com relevância neurocirúrgica
Uma equipa liderada por portugueses descobriu subestruturas cerebrais com diferentes perfis de conetividade que afetam a parte motora e não-motora do ser humano e que, por isso, podem ajudar as equipas médicas a melhorar os alvos dos procedimentos neurocirúrgicos de estimulação cerebral profunda para obter melhores resultados em doenças como a distonia ou o Parkinson. Os resultados foram publicados numa das revistas mais prestigiadas do mundo na área da Neurociência, a NeuroImage.
Os investigadores portugueses chegaram a esta conclusão através do estudo de uma parte do cérebro chamada GPi (Globus Pallidus Internus), que se situa na zona central do cérebro e é composta por estruturas cerebrais que têm funções primárias. O GPi é um dos alvos de uma técnica chamada DBS (Deep Brain Stimulation ou Estimulação Cerebral Profunda), que coloca elétrodos dentro da cabeça dos doentes, uma espécie de pacemaker cerebral, e ajuda a melhorar os sintomas, dependendo sempre do alvo a atingir, isto é, se estamos a falar da doença de Parkinson, distonia, entre outros.
Mas o que é a distonia? “É uma doença que faz com que os músculos estejam permanentemente contraídos de forma descontrolada e, apesar de ser crónica, é possível fazer com que as pessoas melhorem os sintomas através de intervenções DBS”, explica João Paulo Cunha, coordenador do Centro de Investigação em Engenharia Biomédica do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e docente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
Para chegar a estas conclusões, a equipa de investigadores de Portugal e da Alemanha utilizou uma técnica chamada Diffusion Tensor Imaging, que é uma técnica de ressonância magnética que ajuda a perceber a densidade de conetividade entre estruturas cerebrais, permitindo assim mapear as fibras que ligam as diferentes estruturas do cérebro.
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28 Fevereiro 2018
Atualidade