Movimentos oculares podem revelar esclerose múltipla
Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho descobriu que os movimentos oculares podem “revelar alterações cognitivas em pessoas com esclerose múltipla”.
Em comunicado, a UMinho explica que a investigação, publicada na revista científica norte-americana PeerJ, demonstrou que “os portadores de esclerose múltipla têm problemas a realizar os movimentos mais comuns do olho, ou seja, quando o olho muda rapidamente em direção a algo específico”.
“Na prática, as pessoas diagnosticadas com aquela doença levaram mais tempo a iniciar o movimento ocular e, depois, a fixar com precisão o alvo visual. Por outro lado, ao olharem voluntariamente para outra direção, por exemplo, para o lado esquerdo quando uma luz piscava no lado direito, mostraram mais dificuldades a fazê-lo face a pessoas sem aquela doença”, aponta a UMinho.
O estudo “mostrou que aqueles movimentos oculares são um marcador quantitativo de danos neurais, ao comprometer a capacidade de inibir ou controlar as respostas impulsivas (ou automáticas) da pessoa com esclerose múltipla”. Esta descoberta poderá “influenciar a escolha de novos tratamentos e as técnicas de acompanhamento da progressão da doença”.
Note-se que a esclerose múltipla atinge entre cinco mil a seis mil portugueses, dos quais cerca de dois terços são mulheres.
26 Outubro 2018
Oftalmologia