Células estaminais podem melhorar visão de pessoas com doença ocular
Um estudo recentemente publicado na revista médica European Journal of Ophtalmology, sugere que o tratamento com células estaminais do tecido do cordão umbilical pode representar uma alternativa segura e potencialmente eficaz para melhorar a visão de doentes com atrofia ótica, uma condição que resulta da progressão da neuropatia ótica.
O estudo, citado pela publicação online News Farma, revela que os investigadores justificam a opção por células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical pelas suas múltiplas vantagens, nomeadamente a sua grande capacidade de multiplicação, baixo potencial para induzir reações imunológicas, por serem células muito jovens, e pela facilidade de obtenção, através de um processo simples e indolor, na altura do parto.
Os resultados positivos da investigação mostram que “as células estaminais mesenquimais libertam fatores de crescimento capazes de promover a sobrevivência celular e ativar mecanismos intrínsecos de reparação, sendo a terapia com estas células considerada, atualmente, uma estratégia promissora para o tratamento de doenças que afetam o nervo ótico”, revela Bruna Moreira, investigadora do Laboratório Crioestaminal, líder em células estaminais em Portugal e um dos maiores da Europa.
Os resultados da investigação mostraram-se positivos, já que os participantes exibiram melhorias significativas na acuidade visual e no campo visual um ano após o tratamento. No acompanhamento feito antes deste tratamento, os doentes não manifestaram quaisquer melhorias nestes parâmetros no ano anterior ao estudo, sendo o seu estado de atrofia ótica considerado estável ou progressivo.
O ensaio clínico, realizado na Turquia, incluiu 23 doentes, com idades compreendidas entre os 19 e os 82 anos, que apresentavam atrofia ótica, com duração média de 11 anos, devido a diferentes causas, como glaucoma, traumatismo, intoxicação química e diabetes. Ao longo do processo, todos os participantes foram tratados com células estaminais mesenquimais numa intervenção cirúrgica sob anestesia local.
21 Abril 2021
AtualidadeOftalmologia