Português desenvolve possível tratamento para Parkinson

Quais são os mecanismos cerebrais que levam à iniciação voluntária de ações? É esta a pergunta que Rui Costa, investigador principal do Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud, tenta responder.
Em conjunto com a National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism, dos Estados unidos da América, desenvolve uma técnica que através de proteínas e fibras óticas “tão finas como o cabelo”, consegue visualizar a atividade dos gânglios, situados no encéfalo. Segundo apura, são os responsáveis pelo movimento, através dos circuitos direto e indireto, que trabalham coordenadamente ao contrário das anteriores teorias.
A técnica “funciona quase como uma endoscopia”, explica o cientista, que através da introdução das proteínas num vírus, em ratos, conseguiu apurar os seguintes resultados: “O circuito direto promovia o movimento e o indireto inibia”, mas trabalham de forma coordenada, “algo nunca feito”. Se for “possível descobrir uma forma de manipular estes circuitos para permanecerem de forma ativa, mas coordenada”, é igualmente possível “resolver problemas de movimento como Parkinson ou Huntington”.
A investigação já acarreta seis anos de investigação e foi recentemente publicada com o título “Concurrent Activation of Striatal Direct and Indirect Pathways during action initiation”. Mas ainda não está concluída. “O próximo passo será coordenar ambos os circuitos de forma certa para restaurar o movimento”, concluiu Rui Costa.
No passado dia 28 de janeiro, considerou-se o novo projeto “Projeto Cérebro Humano como “megalómano”. Recebeu um financiamento de dois milhões de euros para umas “das maiores realizações científicas do ser-humano”.
5 Fevereiro 2013
Atualidade