Acesso generalizado a anti-retrovirais contra o HIV aumenta esperança de vida
“Trata-se de um dos ganhos de esperança de vida mais rápidos jamais observados na história da saúde pública”, diz em comunicado Till Bärnighausen, da Universidade de Harvard (EUA), que dirigiu o estudo publicado na revista Science.
A investigação em causa analisou a relação “custos-benefícios” de uma iniciativa levada a cabo em 2004 na província de KwaZulu-Natal, na África do Sul, em que todas as pessoas infetadas com o vírus da sida começaram a usufruir gratuitamente de uma terapia anti-retroviral. O resultado foi o aumento da esperança média de vida da população.
O tratamento anti-retroviral representa um custo de 500 a 900 dólares (570 a 670 euros) por ano e por pessoa. Mas Jcob Bor (co-autor também de Harvard) e os seus colegas mostraram, igualmente, que os benefícios do tratamento ultrapassam largamente os custos médicos – que, no caso sul-africano, totalizaram o equivalente a cerca de oito milhões de euros ao longo dos oito anos que durou o estudo propriamente dito.
Já se tentou calcular os efeitos e os custos de programas de administração de anti-retrovirais a populações inteiras. Mas consistiam em extrapolar resultados obtidos com pequenos grupos de pessoas tratadas nos hospitais.
Este novo estudo permitiu é pioneiro pois pois permite determinar diretamente, para além do aumento efetivo da esperança de vida adulta, a efetiva relação custo-benefício desta estratégia terapêutica.
Contas feitas: salvar um ano de vida custa pouco mais de mil euros, o que corresponde “a menos de um quarto do PIB per capita da África do Sul em 2011”, afirma Bor.
7 Março 2013
Atualidade