“O objetivo primordial é manter o foco no doente”

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Atual coordenador do Serviço de Oftalmologia dos Hospitais da Luz de Setúbal e Évora, Tiago Martins Silva é apaixonado pela especialidade que abraçou há quase 20 anos. Com foco na cirurgia de catarata e refrativa, o médico oftalmologista fala-nos sobre o sistema de saúde público e do seu papel enquanto coordenador.

Como descreve o sistema de saúde público, principalmente no que diz respeito à oftalmologia? 

O sistema de saúde público tem dificuldades e limitações, evidentemente desde há muitos anos, agravadas ainda pelo envelhecimento crescente da população. No que diz respeito à oftalmologia, não são deficiências qualitativas nem sequer tecnológicas; são restrições sobretudo ao nível dos recursos humanos e económicos, com repercussões sobretudo quantitativas, resultando em tempos de espera por vezes indesejáveis. Em parte, poderão ser significativamente minoradas por uma gestão clínica mais eficiente, como pude testemunhar em participação ativa na minha passagem pelo serviço de oftalmologia do novo hospital de Vila Franca de Xira, então coordenado pelo Dr. Miguel Amaro, que proporcionou um impacto muito potente na comunidade dessa região, altamente carenciada em cuidados de saúde visual. 

Qual é o seu principal papel enquanto coordenador dos Serviços de Oftalmologia dos Hospitais da Luz de Setúbal e Évora? 

Enquanto coordenador, responsável pelos Serviços de Oftalmologia dos Hospitais da Luz de Setúbal e de Évora, o objetivo primordial é sempre manter o foco no doente; proporcionar em cada dia as melhores condições para que cada ato médico seja envolto e concretizado em condições de excelência. Paralelamente, é preciso cuidar do conforto dos recursos humanos – procurar que médicos, técnicos, assistentes, administrativos e todos os colaboradores se sintam bem, úteis e valiosos nesse serviço à população. E, gradualmente, ampliar o serviço para que possa acolher e tratar cada vez mais doentes nesse mesmo contexto de alta qualidade. O crescimento, natural e sensato, vai corresponder simultaneamente às necessidades da gestão e da própria comunidade. 

É preciso cuidar do conforto dos recursos humanos – procurar que médicos, técnicos, assistentes, administrativos e todos os colaboradores se sintam bem, úteis e valiosos nesse serviço à população

Qual a maior aprendizagem com este cargo? 

A maior aprendizagem enquanto coordenador foi a compreensão em perspetiva macro, ampla e sistémica do que é o funcionamento de um hospital. Sair um pouco de uma visão umbilical e egocentrada, cortada pelos muros da nossa especialidade, para compreender que para todos os doentes, tratados pelas várias especialidades, receberem bons cuidados de saúde toda uma estrutura enorme, e que nem é apenas clínica, tem de estar harmonizada e funcional, em sinergia.  

Leia a entrevista completa revista OftalPro 65.

23 Agosto 2024
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