Lentes progressivas em Portugal

Artigo de opinião da autoria de Luís Fernandes Jorge (Teresa Jorge e Filhos, Óptica Lda – Retina Óptica)
Ao longo dos últimos anos fui experimentando diversos tipos de lentes progressivas, algumas vezes por insistência dos próprios fornecedores, para que aferisse a “qualidade” das mesmas. A conclusão desse processo é relativamente simples: há poucas marcas que apresentam uma performance tal que garantam uma boa aceitação / acomodação por parte do cliente.
De um modo geral, a Zeiss, Essilor, Shamir, Leica, Hoya e Rodenstock são aquelas que merecem esse título, se bem que as duas primeiras, pelo investimento colossal que despendem em investigação e desenvolvimento de produto, estejam claramente na dianteira e são uma referência para os que se lhes seguem.
Vêm depois uma série de marcas de lentes que procuram afirmar-se no mercado e que o tentam fazer através de uma estratégia de marketing, com forte incidência na variável preço. Em Portugal, a referência do preço das lentes é marcada pela Essilor, sobretudo pela distribuição massiva de tabelas anuais de lentes aos ópticos (com as características dos diversos produtos que dispõem e também dos preços a praticar), uma vez que são líderes de mercado.
Por outro, a entrada das marcas menos reputadas no mercado é também conseguida através da prescripção de optometristas, conscientes das condições extremamente favoráveis a que compram estas marcas (muitos deles são já proprietários de ópticas). São portanto, bons negócios para os ópticos, pois o preço de aquisição é muito baixo e a tabela da Essilor acaba sempre por ser uma base de referência/indicação, no cálculo do preço final ao consumidor. É esta a estratégia que permite gerar descontos tão elevados… e permite, ainda assim, uma margem de comercialização muito interessante.
Artigo completo na OftalPro 59.
13 Dezembro 2022
Opinião