Segredos da cor dos olhos e da pele descobertos por cientistas portugueses
Novos genes que explicam a variação da cor da pele e dos olhos nas populações africanas e europeias foram descobertos por uma equipa internacional liderada por cientistas portugueses.
Os cientistas estudaram a variação da pigmentação em 699 pessoas de Cabo Verde e analisaram cerca de um milhão de marcadores moleculares por cada pessoa estudada.
Os investigadores garantem que os resultados do estudo representam “um excecional avanço na compreensão do determinismo genético da cor da pele e da cor dos olhos, talvez as mais relevantes características fenotípicas da espécie humana”.
As características fenotípicas são as características observáveis de uma população, como a sua morfologia, desenvolvimento, propriedades fisiológicas ou bioquímicas e comportamento. Elas resultam da expressão dos genes do nosso organismo, da influência de fatores ambientais e da relação entre ambos.
Esta descoberta desfaz as relações históricas ou temporais existentes entre a cor dos olhos e a cor da pele e concentra a investigação nas relações biológicas e químicas. Uma dessas relações históricas, muito popular entre a opinião pública, é a que associa os olhos azuis às populações de pele clara do norte da Europa, no entanto em Cabo Verde há pessoas de pele escura com olhos azuis.
A explicação dos cientistas para este aparente paradoxo é que as populações ancestrais do norte da Europa tinham os olhos escuros quando a sua pele já era branca, havendo mais tarde uma mutação genética no regulador da íris surgida por acaso, que gerou olhos de cor azul.
6 Maio 2013
Atualidade