Cientistas exiladas recebem prémio L’Oréal-UNESCO

A cerimónia de entrega de prémios L’Oréal-UNESCO ‘For Women in Science’ teve lugar em Paris e contou com o reconhecimento do trabalho desenvolvido no âmbito da ciência, de três mulheres exiladas. Mursal Dawodi (Afeganistão), Ann Al Sawoor (Iraque) e Marycelin Baba (Nigéria) receberam uma medalha de honra e uma doação no valor de 30.000 euros como forma de destacar o seu trabalho, determinação, coragem e resiliência por terem fugido dos seus países para sobreviverem e darem continuidade à sua atividade laboral.
As condições adversas, a nível pessoal e profissional, levaram a que cada uma tivesse de interromper a pesquisa que estava a desenvolver nos países de origem para prosseguir, ainda que parcialmente, em instituições de ensino superior, de pesquisa ou culturais noutros locais do mundo.
Beneficiárias do Programa de Acolhimento de Emergência para Cientistas no Exílio (PAUSE), ou do Fundo de Resgate Escolar do Instituto de Educação Internacional, as premiadas foram escolhidas pela diretora geral da UNESCO, Audrey Azula e pelo presidente da Fundação L’Oréal, Jean-Paul Agon. A seleção foi feita com base nas avaliações das duas organizações sem fins lucrativos, bem como no seu trabalho científico e na sua resiliência na superação dos desafios que enfrentam.
A medalha de honra foi entregue por Alexandra Palt, diretora executiva da Fundação L’Oréal; por Edith Heard, professora de Epigenética e Memória Celular no Collège de France, e também diretora geral do Laboratório Europeu de Biologia Molecular, premiada em 2020 com o Prémio Internacional L’Oréal-UNESCO ‘For Women in Science’; e ainda por Firmin Edouard Matoko, diretor-geral adjunto da UNESCO para Prioridades Africanas e Relações Externas.
Para Alexandra Palt, diretora executiva da Fundação L’Oréal: “Tornar-se e permanecer cientista num contexto de conflito geopolítico representa um verdadeiro desafio. É importante homenagear estas mulheres invisíveis e aplaudir a sua resistência. Uma das missões da Fundação é lutar contra todos os obstáculos que se colocam no caminho das mulheres investigadoras. Por isso, pela primeira vez, quisemos apoiar as mulheres cientistas que tiveram de pedir asilo no estrangeiro e ajudá-las a dar continuidade aos seus projetos”.
4 Agosto 2023
Prémios