“A oftalmologia é uma das áreas que mais evoluiu e inovou”

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Luís Abegão Pinto, médico especialista em glaucoma, foi recentemente eleito vice-presidente da Sociedade Europeia de Glaucoma. A partir de 2026, o médico oftalmologista assumirá a função de presidente da sociedade. Em conversa com a OftalPro desvendou algumas das coisas que tem em mente para esta presidência e falou sobre o reconhecimento internacional da oftalmologia portuguesa.

A eleição decorreu durante o 16.º congresso da EGS, em junho. O que o motivou a aceitar este desafio e quais são suas expectativas para este biénio? 

Eu faço parte da sociedade desde 2018, tendo assumido vários cargos até chegar a vice-presidente e posteriormente a presidente, ou seja, foi uma coisa natural e que vi com bastante agrado. Relativamente às expectativas, posso dizer que a ideia é dar continuidade ao excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. Este biénio está a ser liderado pela minha antiga mentora, a professora Ingeborg Stalmans, que é a atual presidente da sociedade. Há uma equipa de officers do board, que são um grupo de cinco elementos, uma equipa altamente competente, altamente dinâmica, que tem uma capacidade de trabalho acima da média e que tem planeado ações a desenvolver durante este biénio.  

Na sociedade tentamos sempre dar continuidade aos projetos que vão sendo desenvolvidos nos anos anteriores e deixar alguns para serem desenvolvidos posteriormente. Não somos muito disruptivos, tentamos planear os projetos com dois ou quatro anos, para que a pessoa que vai liderar a sociedade tenha já algum trabalho desenvolvido. No meu caso, já levo alguns anos de avanço de projetos e coisas a desenvolver, pelo que iniciarei o cargo de presidente já com planeamento, organização e projetos em mente. Na EGS há uma continuidade e não uma mudança sempre que um presidente assume funções.  

Em 2026 irá assumir a presidência da EGS. Que metas tem já traçadas para quando ocupar essa posição? 

Uma das coisas que é sempre o landmark da EGS são as edições das guidelines. As guidelines da Sociedade Europeia de Glaucoma saem periodicamente, sempre entre quatro e cinco anos e calharão neste mandato. Portanto, uma das coisas que vai consumir grande parte das energias e do tempo disponível da sociedade, para além das reuniões e das atualizações aos nossos colegas, nos fóruns de publicações e iniciativas, é a sexta edição das guidelines, que esperamos que à data da reunião bianual já estejam disponíveis. 

A comunidade oftalmológica portuguesa tem recebido reconhecimento internacional, com várias medalhas de mérito atribuídas a médicos portugueses pela EGS. A que atribui este sucesso e como vê o futuro da profissão em Portugal? 

Verdade. Cerca de 50% das medalhas de mérito atribuídas pela EGS, para as melhores notas nos exames europeus, são portuguesas. Isso deve-se, claro, ao facto de termos oftalmologistas muito bons em Portugal e com imenso potencial e formação. A oftalmologia é uma das áreas da medicina portuguesa que mais evoluiu e inovou. É uma área fantástica. Provavelmente somos bons noutras áreas da saúde, mas na oftalmologia somos particularmente bons. A oftalmologia reúne um bocadinho de tudo (cirurgia, manipulação de imagem, parte médica) e é muito aliciante. Há muita gente que vem de outras especialidades para a oftalmologia, mas o contrário é muito raro que aconteça. Considero que a oftalmologia portuguesa tem feito um caminho fantástico. Os colégios de especialidade têm conseguido promover e, bem, a formação. Temos sido os defensores da qualidade e isso faz com que sejamos reconhecidos lá fora. Temos um excelente internato, feito nos melhores centros, com as garantias de qualidade asseguradas. 

Entrevista completa na OftalPro 66.

15 Novembro 2024
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