Eye-vatar redefine os limites da visão humana

Uma cirurgia a laser revolucionária alimentada por Inteligência Artificial (IA) deu a Patrícia Gonçalves, de 31 anos, uma visão melhor que 20/20, estabelecendo um novo marco na inovação médica e tecnológica. Este avanço não apenas restaura a visão, mas expande os limites do que o olho humano pode alcançar. A portuguesa passou pelo procedimento pioneiro na Focus Clinics, em Londres, tornando-se a primeira pessoa no Reino Unido a experimentar este tratamento avançado.
Para a Blind Ambition, uma consultora comprometida em capacitar as pessoas com deficiência visual, avanços como este representam esperança e progresso. Esta abordagem inovadora não só melhora a precisão dos planos de tratamento, mas também melhora significativamente os resultados visuais para os pacientes.
A tecnologia Eye-vatar permitiu que um programa de inteligência artificial simulasse e testasse cerca de 2.000 estratégias diferentes de tratamento a laser para otimizar o resultado. Após aperfeiçoar a visão do gémeo digital, o tratamento personalizado foi aplicado durante o procedimento Lasik. Poucas horas após a cirurgia, Patrícia Gonçalves atingiu uma visão de 20/16 — excedendo o padrão 20/20 de acuidade visual normal.
Como a IA transforma a cirurgia ocular
O processo Eye-vatar em si é inovador. Em questão de 10 minutos, o sistema reúne dados essenciais ao digitalizar os olhos do paciente, simulando milhares de aplicações de laser para identificar o tratamento mais eficaz. A tecnologia de IA, testada anteriormente em ensaios clínicos envolvendo 200 pacientes, demonstrou resultados notáveis. Cada participante alcançou uma visão melhor que 20/20 em três meses, e um em cada 12 pacientes chegou a atingir uma visão de 20/10, considerado o limite superior da visão humana.
O segredo do procedimento está em minimizar a função de dispersão de pontos (PSF) — a distorção de uma imagem conforme ela se projeta na retina. O cirurgião responsável, David Allamby, explicou: “Se olharmos para um ponto de luz, a imagem na retina também deve ser um ponto. Mas isso nunca acontece, porque todos os olhos, câmaras, telescópios, etc., têm aberrações óticas, particularmente da lente externa (ou córnea, neste caso). O gémeo é ‘operado’ milhares de vezes até que a PSF seja reduzida ao mínimo possível. Isso é dado ao paciente durante o Lasik”.
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Imagem: shutterstock
25 Março 2025
Oftalmologia