“Quase tudo o que fiz foi obra do acaso”

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Apesar de ter sido “obra do acaso”, a Oftalmologia Pediátrica e o Estrabismo preenchem a vida de Jorge Breda de uma forma indescritível.

OftalPro: Mas, dentro desta especialidade tão abrangrente, porquê a Oftalmologia Pediátrica?

Jorge Breda: Como quase tudo na minha vida: por acaso e por necessidade, como responderia o Jacques Monod. Quase tudo o que fiz foi obra do acaso, de um conjunto de circunstâncias que se conjugaram e produziram um acontecimento. Como expliquei antes, comecei a minha preparação oftalmológica nesta área, onde na altura em que entrei no Serviço não estava ninguém a estagiar e, por isso, o professor Silva Pinto me colocou lá. Era dirigida pelo doutor Coimbra de Matos, que foi ótimo para mim, ensinou-me muito e eu tinha uma vontade infinita de aprender. Depois, a maior parte dos colegas não gostava deste tema, era muito trabalhoso, dava muito que pensar porque era preciso saber muita fisiologia neurosensorial. Estas dificuldades despertaram-me vontade de descobrir, de ultrapassar adversidades e isso acabou de facto por me fascinar.

OF: E como é lidar com a visão das crianças? É um trabalho difícil?

JB: Lidar com crianças é muitíssimo mais simples do que possa parecer e, sobretudo, do que lidar com adultos. Basta saber como são sinceras. O que se passa com os seus olhos é muito objetivo, não está modificado por interpretações nem intenções e, por isso, só temos que identificar o que vemos, fazer o diagnóstico e aplicar a terapêutica adequada. Acho que o trabalho não é nada difícil, apenas temos que “apanhar” a maneira certa de obter a sua confiança para os ter sossegados e assim facilitar a nossa observação objetiva, sem ter necessidade de nos basearmos nas suas respostas para aplicar um tratamento.

Leia a entrevista completa na OftalPro 25.

2 Maio 2014
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