“Apaixonei-me por este tipo de missão e pela Guiné”

Angelina Meireles recebeu o prémio SPO/Essilor – Voluntariado no 65º Congresso de Oftalmologia. Este prémio deve-se à missão que a oftalmologista faz juntamente com a Mundo a Sorrir na Guiné-Bissau. Em entrevista revela que não sabe se tem uma “veia solidária” ou se estas missões são uma regalia.
A Mundo a Sorrir está virada para a saúde oral. Como entra uma médica oftalmologista nesta associação?
Embora o “core” da Mundo a Sorrir seja a saúde oral, já que foi fundada por dois médicos dentistas, a sua intervenção não se esgota apenas nessa área. Tem intervenções tanto assistencial como de capacitação em várias áreas da saúde, nomeadamente saúde materno-infantil e saúde pública. Entrei na Mundo a Sorrir por casualidade. A minha filha mais velha, que é dentista, esteve durante três anos a coordenar a missão na Guiné-Bissau. A Universidade pediu-lhes apoio para arranjar professores para algumas cadeiras, que incluía oftalmologia. Quando ela me perguntou se no Hospital eu arranjaria algum colega que pudesse ir à Guiné dar as aulas, apesar de nunca ter pensado em fazer voluntariado, eu não hesitei e disponibilizei-me. O que me atraiu foi o facto de ir ensinar, tentar deixar algumas sementes, que se forem “regadas” podem vir a florescer.
Já participou noutras ações de voluntariado? Quais?
Não. Até ao momento esta é a única ação em que participei.
Tem uma veia solidária bastante acentuada. Porquê esta dedicação constante ao outro?
Não sei se é a veia solidária ou uma regalia. Apaixonei-me por este tipo de missão e apaixonei-me pela Guiné. Vivemos numa sociedade tão reivindicativa e competitiva, tão insatisfeita com o que temos e o que nos rodeia, que se calhar estas duas semanas que eu dedico à Guiné são mais em benefício próprio.
Leia a entrevista completa subscrevendo a OftalPro 60.
5 Abril 2023
Entrevistas