Retina pode revelar sinais precoces de Alzheimer na Síndrome de Down
Investigadores da Queen’s University Belfast demonstraram, pela primeira vez, que anomalias nos vasos sanguíneos da retina podem ser observadas em adultos com Síndrome de Down antes do aparecimento clínico da doença de Alzheimer, apontando a retina como um biomarcador promissor para diagnóstico precoce.
Um primeiro estudo de imagem ocular de campo ultralargo em adultos com Síndrome de Down descobriu que vasos sanguíneos anormais na periferia da retina do olho podem ser vistos antes que os sintomas clínicos da doença de Alzheimer comecem a aparecer. O estudo foi liderado por uma equipa de investigação da Queen’s University Belfast e os resultados foram publicados no prestigiado “Journal of Alzheimer’s Disease”.
As pessoas com Síndrome de Down têm um maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer numa idade precoce devido à presença de uma cópia extra do cromossoma 21, o que pode levar a uma acumulação acelerada de placas no cérebro. Estas placas podem causar problemas com o funcionamento das células cerebrais e aumentar o risco de desenvolver sintomas de Alzheimer. Devido ao aumento da esperança de vida das pessoas com Síndrome de Down, a principal causa de morte desta população passou a ser a doença de Alzheimer.
O primeiro autor do estudo é Jamie Mitchell, estudante de doutoramento sob a supervisão de Imre Lengyel, investigador do Wellcome-Wolfson Institute for Experimental Medicine da Queen’s University Belfast.
Para Imre Lengyel, “há uma grande necessidade de identificação precoce das pessoas em risco de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer. O potencial de usar o olho como uma janela para o cérebro é uma maneira emocionante e única de fazer isso. O nosso estudo é a primeira investigação clínica a mostrar que os vasos sanguíneos na retina do olho se afinam mais rapidamente ao longo dos seus caminhos e as anormalidades de pequenos vasos estão presentes na retina periférica em adultos com Síndrome de Down”.
Saiba mais na mais próxima edição da OftalPro.
Na foto: Equipa de investigação: Elaine Murray, Jamie Mitchell, Imre Lengel, Kathryn Saunders, Tunde Peto, Sarah Atkinson, Julie-Anne Little e Aoife Hunter
24 Setembro 2025
Estudos e Investigação