“Portugal não fica nada atrás na capacidade de fazer bem e inovar”

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Quem o diz é Paulo Barbeiro, managing director da Blueworks, que venceu o prémio The Technology Award, atribuído pela revista Optician, no Reino Unido. Numa breve conversa com a OftalPro revela que “apesar da empresa ser pequena, quando comparada aos grandes nomes mundiais da tecnologia para oftalmologia, têm feito um esforço por resolver problemas e criar ferramentas úteis que contribuam para uma melhor saúde visual da população”.

Como descrevem o mercado português na área da oftalmologia? E que diferenças encontram entre o nosso país e o Reino Unido? 

São ambos mercados maduros, muito semelhantes em vários aspetos, por exemplo relativamente aos equipamentos de diagnóstico que são utilizados em oftalmologia, ou o nível de sofisticação de algumas fichas clínicas eletrónicas usadas, standards de interoperabilidade, etc.. Nas diferenças: O Reino Unido tem habitualmente mais camadas de gestão intermédia nas unidades de saúde, o que torna a articulação com eles mais complexa do que com unidades nacionais. Estão um pouco mais à frente em alguns processos de transformação digital na oftalmologia, mas atrás noutros aspetos (não há o equivalente ao mySNS com toda a informação digital que já existe em portugal). Provavelmente, a principal diferença será a organização das unidades e dos intervenientes nos cuidados de saúde. No Reino Unido a aposta aparenta ser mais na definição de pathways, requisitos de formação para permitir que recursos menos diferenciados possam realizar tarefas clínicas, mas de menor complexidade definidos nestes pathways e, com isso, libertar os recursos mais diferenciados (que são escassos e dispendiosos) para se poderem focar na resolução das situações mais complexas. Ainda assim, com estas diferenças, algumas das coisas que temos feito no Reino Unido são transponíveis para a realidade nacional e permitirão ganhos na qualidade de serviços prestados. Um exemplo disto é aplicar cá o que fizemos com o NHS relativamente à integração de resultados de rastreios de retinopatia diabética no processo clínico do doente. Não faz sentido que um doente seja seguido 10 anos em rastreio e ao chegar à primeira consulta de retinopatia diabética o médico tenha um processo em branco sem qualquer histórico. 

Que mensagem gostariam de deixar a todos os profissionais portugueses? 

Portugal pode ser um país pequeno, mas não fica nada atrás na capacidade de fazer bem e inovar. Apesar de sermos uma empresa minúscula, quando comparada aos grandes nomes mundiais da tecnologia para oftalmologia, temos feito um esforço significativo por resolver problemas e criar ferramentas úteis que, no final do dia, contribuam para uma melhor saúde visual da população. Em algumas destas ferramentas conseguimos superar os grandes nomes, pelo que estamos entusiasmados para continuar a superar os desafios que iremos encontrar! 

Leia a conversa completa na OftalPro 64.

5 Abril 2024
Entrevistas

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